VOCÊ AINDA ACREDITA EM ADÃO E EVA? FALA SÉRIO!

Há alguns anos atrás,
quando ainda morava em Fortaleza e cursava ciências econômicas na universidade
federal, um professor de sociologia me questionou em público: Como você, um
rapaz tão distinto, pensante e inteligente pode acreditar nesta historinha de
Adão e Eva? Isto meu caro jovem, não passa de uma mera lenda, exatamente como a
história de Thor e de Hércules.
Confesso que naquele
instante fiquei atônito, me senti um completo antiacadêmico, um idiota que nem
sequer conseguia saber a diferença entre mito e ciência. Fiquei sem respostas!
Não é fácil admitir as nossas derrotas em público, mas realmente não tinha
argumentos. Eu era apenas um novo convertido com uma mirrada fé. Mas como nunca
é tarde para tentar responder a um questionamento, desejo fazê-lo agora, tendo
em vista ajudar você a não cair nesta mesma armadilha pseudo-acadêmica. Então
vamos meditar: a história de Adão e Eva é realmente apenas um mito?
Antes de conceder minha própria resposta, é de suma relevância ouvir uma autoridade em literatura
comparada. Preste bem atenção, nas palavras de C.S.Lewis, veja o que ele afirma
sobre mitologia e lendas.[1]
“Em primeiro lugar, o que quer que
esses estudiosos possam ser como críticos da Bíblia, desconfio deles como
críticos. A mim parece que são fracos quanto a um bom juízo literário,
mostrando-se incapazes de perceber a própria qualidade dos textos que examinam.
Pode parecer isso uma estranha acusação contra indivíduos que têm estudado
esses livros a sua vida inteira. Mas talvez precisamente aí resida a
dificuldade deles. Um homem que passou toda a sua juventude e idade adulta
fazendo pesquisas minuciosas nos mesmos textos e nos estudos de outros homens
sobre estes textos, cuja experiência literária sobre aqueles textos ressente-se
de quaisquer padrões de comparação que só podem desenvolver-se após uma ampla,
profunda e genial experiência com a literatura em geral, conforme penso, tende
muito a perder de vista as questões óbvias envolvidas. Se tal homem chega e diz
que alguma coisa, nas escrituras, é lendária ou romântica, então quero saber
quantas lendas e romances ele já leu, o quanto está desenvolvido o seu gosto
literário para poder detectar lendas e romances. Afirmar que um texto
bíblico, sem um devido embasamento literário é um “romance espiritual”, como
“um poema, e não uma história”, que deve ser aquilatado pelos mesmos cânones
que o Paraíso Perdido de Milton, ou, mais exatamente ainda, o Peregrino de John
Bunyan é um absurdo completo. Depois que um crítico faz essa declaração, por
qual motivo daríamos atenção a qualquer coisa que ele ainda possa dizer sobre
qualquer livro do mundo?”
Concluo ressaltando que classificar
algo com lendário ou mitológico sem o devido conhecimento sobre o assunto é além
de preconceito, uma grande tolice. No próximo post continuaremos a tratar sobre a questão da existência de Adão e Eva. S.D.G
[1] Se você nunca ouviu falar de C.S.Lewis, ele foi
um professor universitário, teólogo anglicano, poeta e escritor britânico,
nascido na Irlanda em 29 de Novembro de 1898 e falecido na Inglaterra
em 22 de Novembro de 1963. Tornou-se popular durante a II Guerra Mundial, por
suas palestras transmitidas pelo rádio e por seus escritos, sendo chamado de
"apóstolo dos céticos", especialmente nos Estados Unidos. Suas
palestras tocavam profundamente seus ouvintes da rádio BBC de Londres. Ensinou
no Magdalen College, de 1925 a 1954, e deste ano até sua morte, em Oxford. Foi
professor de Literatura Medieval e Renascentista na Universidade de Cambridge.
Tornou-se altamente respeitado neste campo de estudo, tanto como professor
quanto como escritor chegando a ser condecorado com alguns prêmios literários.
Profundo conhecedor e admirador das fábulas, lendas e mitologia nordica,
escreveu muitas obras neste estilo literário. Ganhando destaque a
"Trilogia Espacial": "Além do Planeta silencioso" (1938), "Perelandra" (1943),
e "Aquela Força Medonha" (1945). Para crianças, ele
escreveu uma série de fábulas, começando com "O Leão, a Feiticeira
e o Guarda-Roupa" em 1950. Textos que se tornaram filmes e foram
unidos em um único compêndio conhecido como as crônicas de Nárnia.
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