GRANDE AMIGO, GRANDE DOR

Henrique Klein

Ai que dor! Como expressar uma dor tão forte? Como posso descrever a dor de perder tão precioso amigo. Uma flecha aguda está cravada no meu coração. Estou com o estômago revirado, olhos encharcados e com um nó na garganta. Desculpe se não te agradam as minhas fraquezas, mas de fato sinto-me impotente, frágil e vulnerável. Não tenho porque dizer o contrário. Que grande homem ele era. Henrique Klein você é inesquecível!
Estou me lembrando de seu sorriso farto e de seu espírito de peripécias. Gostava de aprontar. Ah, se os retiros de carnaval pudessem falar! Quantas madrugadas de conversas. Quantas dúvidas teológicas profundas. Quanto amor você me ensinou a ter por Deus!
Defeitos? Diversos. Não estou querendo pintar alguém que de fato não existia. Mente confusa em muitas questões da vida. Homem sofrido. Meu corinthiano predileto.  Como posso agradecer tudo o que fez por mim? Quanto cuidado com a vida dos homens de Deus. Investiu na minha vida enquanto eu estava no seminário. Me ajudou a realizar um sonho, fazendo uma viagem para São Paulo. Pagou minhas passagens e ainda me deu dinheiro para comprar livros na Conferência Fiel. Muito obrigado meu irmão querido e amado. Eu já tinha te agradecido pessoalmente, hoje expresso em público minha gratidão, pois em vida você nunca me permitiu falar para ninguém.
Aprendi muito com seu relacionamento com Deus. Lembro muito bem que você  se recusava a fazer orações frias, distantes e mecanizadas. Fazia questão de chamar Deus de Paizinho. Quanto zelo por missões. Sim, às vezes metódico e chato, mas amante das coisas certas. Como tive raiva de você na tesouraria da Igreja Manancial. Como minha paciência se esgotava quando tinha que contar o dinheiro 4 vezes seguidas com você, para depois ouvir: será que está certo? Quanta frescura! Quando você chegou com um frasco de álcool em gel na tesouraria, aí foi demais para mim.
Agradeço a Deus por tantos anos de carinho e amor. Por um amigo. Atabalhoado, doidinho, mas um amigo. Estou triste pela sua ausência entre nós. Mas estou feliz por saber que você está com seu paizinho. Por saber que você está com seu Senhor.
Meu consolo é saber que nos encontraremos novamente. Sim, um dia te darei um forte abraço de novo.  E não haverá mais nada e nem ninguém que possa nos separar. Será uma comunhão eterna, sem chance de outra tragédia como esta, pois o próprio Deus garantirá a paz e a segurança eterna. Por crermos na existência de um Deus, por cremos na existência deste encontro, enchemos nosso coração de uma esperança maravilhosa e muito confortante. Crer em Deus é a única opção para satisfazer o nosso coração. Por mais que não entendamos o porquê do acontecimento, a confiança na soberania de Deus ainda é a única solução.


 "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação." II Co.4:17

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