QUESTIONAR É FÁCIL, QUERO VER DAR A RESPOSTA.


Gostaria de neste post tratar sobre algo chamado Desconstrucionismo. Ok, sei que já deu vontade de parar de ler, mas aguente um pouquinho, creio que vai compensar.

Quando falamos de desconstrução, estamos nos referindo a um conceito elaborado pelo filósofo Jacques Derrida. Este homem com sua nova teoria afirma que “Não existem fatos, apenas interpretações”. Para ele, a desconstrução não quer dizer exatamente destruição, mas sim uma nova tendência a desmontar a interpretação tradicional do texto filosófico e literário peculiares à cultura ocidental, desestruturando suas "verdades" e valores em benefício de uma visão pluralista dos significados. Ou seja, cada um tem a sua interpretação da obra; cada um, seu ponto de vista; cada qual, sua verdade, ainda que esta seja diametralmente dissonante de qualquer das verdades alheias.

A verdade é que tal “teoria” está sendo abertamente distribuída a quase todos os estudantes das universidades. De fato, é quase impossível encontrar um livro-texto recente sobre Literatura, Artes, Sociologia, Antropologia, Filosofia ou Cultura que não contenha frases tais como: “Segundo Derrida...” ou, “Como Foucault tem mostrado”.

Derrida começa questionando a noção de centro no conceito de estrutura, buscando, com isso, desvencilhar-se da noção de núcleo (sentido único do texto). Foucault dá um passo além aplicando esta teoria linguista a cultura e moralidade com obras como: Loucura e Civilização (1961); Morte e Labirinto (1963); e História da Sexualidade (1976-1984) etc.

O que eu gostaria de destacar neste artigo é que, o que estes filósofos estão chamando de Desconstrucionismo, eu comparo com o que a minha filha de três anos faz com seus brinquedos. Vejo sempre um enorme prazer nela de desmontar as coisas. Tem uma enorme facilidade de remover todas as peças, só para depois detectar que não tem nem ideia de como se monta. A desconstrução filosófica também é assim, desestrutura tudo e não estrutura nada. Tira a razão de tudo e não dá razão para nada. Questiona tudo e não dá resposta para nada. Convenhamos que não se precisa de muito para desconstruir, mas construir já é outra história. O grande problema da desconstrução é que sem um plano de reconstrução, acabou a brincadeira. O brinquedo não serve mais para nada, aliás, nem de brinquedo pode ser mais chamado, pois não passa de peças soltas que só servem para serem jogadas no lixo.

Desconstruir a casa de alguém parece interessante, mas deixa-la na rua é pior. Derrubamos a moradia filosófica das pessoas simplesmente para oferecer a elas um lugar debaixo da ponte. Eu acredito seriamente que algumas ideias, pressupostos e filosofias, de fato, precisam ser analisadas e quebradas, pois são absurdas. Mas retirar o lixo da mesa e oferecer comida apodrecida não tem nada de nobre. Volto a afirmar, a questão não é apenas quebrar, e sim ter uma nova proposta de reconstrução. E lembrando que este novo edifício precisa ser melhor do que o anterior. 

A verdade é que aplica-se a desconstrução em relação à moralidade judaico-cristã, com alegações barateadas de que tais posturas são ultrapassadas e caducas, mas não se oferece nenhuma outra base sólida, a não ser um relativismo com nariz de palhaço. É muito fácil ser um crítico em relação às igrejas e o cristianismo, mas o que você tem para oferecer? Infelizmente as pessoas são ávidas e fortes em suas críticas mordazes, mas  todas as vezes que são inquiridas sobre o que defendem, encaram a pergunta com um vazio deprimente  no olhar, por não terem nenhuma resposta razoável e coerente. Quando não, são sarcásticas, usando do subterfúgio de um linguajar pseudo acadêmico cintando meia dúzia de intelectuais.

            A minha pergunta é: desconstruir é fácil, mas para construir o que? Ou usando ainda a ilustração da minha filha de três anos: desmontar os brinquedos para brincar com o que? A última vez que perguntei isto para ela, escutei: “Depois papai compra outro.” Ou seja, assim como uma criança, quebramos tudo, em troca de um minuto de êxtase só para depois passarmos o resto da vida fazendo bico, chorando e suplicando por outro brinquedo. 

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